caçamba de ácido sal feita de aço caboclo
sacudida pra lá do alto, tenra em caso de ouro
aquecida ao máximo de seu quilate agora queima a forca
de menina que já tá no alto, no teto, estranguladora
de si mesmo foi o açougueiro que preferiu enforcamento à lavoura
agora atingida por ela, a caçamba quente e voadora
queimando todo o corpinho, se sacudindo, ainda com vida
se arrastando nas pernas, nas coxas, nos arremedos, toda
morra queimada, minha menina, porque é medida boa
tácito fogo te fará pagar
o alicerce cede...
e ela se esborracha no chão
no tremilique último, linha tênue do coma
já não se apercebe conscientemente com vida
só está a se debater no chão, em silêncio, quebrado pelo barulho dos solavancos da guria no assoalho
ficou então, de uma vez por todas, pra caçamba de fogo decidir sobre sua vida
elevou-se a tal temperatura que começou a se fundir
derramando-se na já agora porca velha, nossa menina
aço, ouro, ferro e cobre
pertence agora
à defunta que se forma, que se firma, que se forma
roupa velha
roupa em forno
roupa gasta
roupa falha
saboreada
7 comentários:
PARABÉNS PELO BLOG ;D
O ouro pra ser ouro, precisa passar pelo fogo. Vale a pena!! =)
www.nicellealmeida.blogspot.com
... que bom...
O melhor blog do meu .... Bairro!!!
http://blogdocharque.blogspot.com/
Muito legal essa analogia, parabéns!
Noossa, que interessante. adorei a forma como utilizou as palavras. parabéns. :D
Otiimaa colocação de palavras
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