Numa cova de leões sigilosos há setecentas e trinta e sete lâmpadas acesas. Cada uma traz um aroma ou uma passagem secreta para diferentes e aconchegantes recantos. Ludmila acordou na cova por entre os leões sigilosos que logo lhe fizeram uma pergunta:
_ Mas o que uma garota tão linda faz aqui sem ser convidada.
_ Ai, leãozinho, me desculpa? Eu não sei nem onde estou.
_ Não se importe. Pode ficar à vontade. Temos água ali a noroeste.
_ Oi? Ah, sim... Obrigada.
_ Vamos te arremessar daqui a poucos segundos...
_ Mas, como? O quê? Me arremessar?
_ Você vai pra um de nossos recantos sofrer aliviada.
_ Nossa, sofrer aliviada. Parece ótimo, ter sentido no sofrimento.
_ Todos os nossos recantos são bons. São apenas diferentes, uma diversidade de qualidade.
_ Está bom para mim.
_ Conheço um em que você adorará ter a pele descascada viva, até eles poderem afiar facas em seus ossos.
_ Como assim!?
_ Fique em paz. O seu destino sobrevirá de acordo com o seu merecimento.
_ Ai! Estou com medo.
_ Medo pode ser proveitoso às vezes.
_ Quero ficar aqui com vocês...
_ Acho que essa passou... - comentaram entre si os leões...
_ Passei?
_ Vamos te ter para sempre e você poderá visitar todos os recantos, passeando e se divertindo eternamente.
_ Obrigado! Jamais esquecerei este dia.
5 comentários:
Que poesia mais curiosa. Parece até uma fábula ou algo assim. Gostei do desfecho, foi muito criativo.
Belo texto...
http://atalaia2011.blogspot.com/
Abraço!
Parece até o Daniel da Bíblia na cova dos leões.
Sucesso.
Deverás insólito!!
realmente... com acento no á...
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