terça-feira, 29 de janeiro de 2013

participar

a boa música persistirá
o bom brinde persistirá
a esperança é viva cá
onde nós temos ainda ar...

a chuva lá fora...
a arte da vida
um ato de amor

queremos fazer parte de um povo simples
que se dá prazer ao cuidar de seus negócios
cuja labuta não é um fardo
mas uma conquista junto à competência

queremos paz
participar
queremos mais
queremos lar

o ser humano á capaz
é o mais completo dos seres
negar essa verdade em si mesmo
é negar a vida

não que nós não nos surpreendamos com os animais
eles são verdadeiras lições de vida
mas quem pode voar de fato
muitas vezes se faz de ingrato

na sala de estar dela
há um tesouro a se viver
talvez ela ame você

um bom pão, um bom gosto
vitaminas fiéis
estou mais disposto

não vá se esquecer
de flagrar o real
há tanto lá fora
que um dia você
irá mais que nunca
se surpreender
além do normal

deixe as nuvens cairem
amanhã estarei com elas novamente
em um bom sonho
lá no céu, e na terra
bistonto

_
escrito ao aroma do incenso Lua da Clove Brand

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

mãos ao alto

pular nos peixes
e navegar o mar
ir até o fundo
sem saber voltar

dias difíceis vêm e vão
abandono meu coração
às velas cheias de ventos
morro feito pato
e gosto muito, de fato
naveguei o mar de peito aberto
agora me jogo da ponte mais alta da cidade
de passatempo, força de vontade

triturar os pães de queijo
com um bom caldo de cana
sigo atento à próxima janela
e pulo pra cima e caio lá embaixo
até porque eu não desperdiçaria a oportunidade
de voar feito liberdade
começa aqui, acaba ali

narigudinha dando bobeira na livraria
se ela bobear o vento canta
devia ser um sonho

grandes verdades o vento traz
aconchega, acomoda em paz
quem seria eu pra merecer?
pulei também de um viaduto outro dia
amanhecer

saudade do frio
e do sentimento
de missão cumprida
pular do helicóptero lá no alto aquele dia foi muito pouco para uma semana
gostaria de encontrar quem me ama
pular do alto da minha cama
em um abismo infinito
fogo, mato, farto
cansei de voar, agora quero pegar fogo
sufoco

dia um, dia dois
um dia sim, um dia não
acelerar o caminhão sem freio do alto de uma montanha
também parece uma boa, relaxa

desbravar as terras
ser um conquistador
e depois amarrar os laços
e preso se jogar a um incinerador
bobagem

que a vida seja boa para ti, irmão
fica nessa não

mãos ao alto!
um novo salto

_
escrito ao som do álbum Piece of Mind do Iron Maiden

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

vitória da terra

a carne é fria
a carne é feia
a carne é algo para ser preservado

o espírito voa
o espirito vivifica
o espírito é o que dá sentido

sentir a madeira
destilar uma aguinha
eis um caminho de liberdade
eis um tom de harmonia

admirar e usar os mais belos metais
adornar nossos cantos, nossos víveres
dominar tudo e fazer nosso
o espírito é primeiro, o espirito é que faz

penetrar na terra
ser com o último grão
úmido, sulco, terra... e servir ao broto... gratidão

vou curtir o momento
esfaquear suas pernas
morder seu pescoço
arrancar coração

por hoje são momentos de terra
momentos de ação
vivamos o hoje
o aqui, por que não?
repartimos o pão

amor, emoção

batidas do coração aceleram
mas você volta ao tom
acabando com aparências
vencendo a cada dia
como um amigo leão

saudades das tintas
e de uma grande tela
pra brincar de verdade
trabalho e aquarela...

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Shuffle simples - XI

Tenho Pearl Jam, Midnight Oil, Death, Black Sabbath e Enigma no meu carrossel, coloco pra sortear (shuffle) e cai a premiada faixa...

MIDNIGHT OIL - GUNBARREL HIGHWAY

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

bem vestido em sua cama

relaxe a cabeça
arranque ela do pescoço

esfaqueie os pés
torne em sangue as panturrilhas

pinte as paredes

uma erva acende a outra
que reine a paz e a sabedoria
vivendo hoje todos os dias
um beijo, um queijo, uma alegria

instituto do prazer e da liberdade
pra viver não há idade
matando a sede e uma tal saudade
antes de mais nada, ser

eu, bem vestido em sua cama
você chega e se derrama
apertada em bem viver

não lembro mais o que é roupa
depois de lavar a louça
fui jogado em um alçapão

onde você é senhora de tudo
visto já o meu luto
pela sua vida que se esvai

eu te mato sem fronteiras na nossa terra de bem querer
assinada está a permissão concedida por você
morremos juntos, já não sei mais suportar
o tormento, a dor, a cura e a paixão
gosto de você também no chão
apanhando engasgada
sendo não mais e nem menos que nada
você já etá quase enterrada
quando consegue fugir

o ar é espesso
você me engole feito louca
toda a perdição ainda é pouca
transmutamos nosso viver
te abraço pra valer
choro e deixo você
sem saber como se esvai
a dor que nos unia
morta pelo clímax
ainda quero mais

_
escrito ao aroma do incenso Pachouli da Agni