quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

o poeta com o pescoço na foice

manuel bandeira
carlos drummond de andrade
joão cabral de melo neto

escrevendo e flamejando
em busca de ler poesias
de grandes mestres

há fogo pra hoje
pendurar o pescoço na beirada da lâmina de uma foice
pra se divertir com o sangue da torcida na arquibancada
que logo sobrevirá pra ver
o poeta na foice morrer
e querer fazer igual
pra ser feliz e pavê
com sorvete, biscoito e creme de chantili
torcida besta
tem nada que torcer pra poeta nenhum

o poeta com o pescoço na foice estava brincando
para se sentir só novamente
sabe que talvez tenha que se lembrar de torcidas
o poeta nem gosta da ida
só quer te ver e morder, pequena
escute uma codorna
e coma um ovo cozido dela
um só não fará falta
assim é com o poeta
se você comprar uma cópia de livro dele
talvez não faça troça

uma nuvem vira uma taça de ouro e você vira a taça cheia de vinho...
tá certo?
tranquilo em um deserto
um dia morreremos
tá certo
é?

_
escrito ao som do álbum Walk Through Exits Only do Philip H. Anselmo and the Illegals

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