terça-feira, 26 de outubro de 2010

Coletânea do Metallica

A coletânea ficou boa do começo ao fim... boa de escutar sem erro... no shuffle, com ou sem mais cds no carroussel, etc... muito boa...

Ficou muita coisa de fora, mas pelo menos pra mim nesse cd eu garanto: quase oitenta minutos de sonzêra na mosca...

Reload, sim, vide e ouça o resultado, é o melhor disco pra mim...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

vida e morte do poeta

assustado o poeta tenta
desvendar sua poesia, lamenta
tem apenas letras, não sustenta
a vontade de poder do já mal agourado
político desavisado

o que gosta mesmo é de brincar com as letras
ver surgir um significado amplo, até mesmo abstrato
como se fosse uma pintura em cores
abastadas de amores

e agora ele aprende
que tudo não depende
de outro algo para de repente
significar única e exclusivamente
um significado único
como tal
colocado em tais letras
que se fosse em outras
por sua vez também teria outro
significado

aí, você pode vir, e me perguntar sobre sinônimos
é, eles existem, são palavras semelhantes
mas nunca a mesma
que disseras antes

nunca houvera em sua vida
coisa melhor que cuspir garrida
palavra esta ou aquela
para depois as descobrir em algum significado
talvez tão amplo que quem sabe mais de um
algo sacrificado

a amplitude ele não vai abandonar
nem a surpresa que o faz a sustentar
significado irá descobrir
agora mais atônito do que decidir
se a surpresa ainda pode ser
ainda mais ampla do que podia você
entender ou deixar de lado
como se tudo estivesse errado

agora é só um
o resultado
o poeta aprende
que cada som, cada letra
é um significante que não pode ser trocado
sem que o sentido mude
que cada referente quer dizer única e exclusivamente certo sentido
que um texto pode ser vivido
como uma vida que já passou
que significado já atingira
e agora que até a morte suspira
nada irá mudá-lo
não além do escriturário
em único e exclusivo salário
de entender um só significado
a cada uma
delas
dela
ela
poesia

desculpe-me, poeta
não é bem assim
qual o poeta que ainda não deixou um significado
aberto ou temporário
se é denotativo ou conotativo?
será que precisa-se definir na poesia esse intervalo?
na minha nunca o fiz
ao menos nunca me liguei a este fato
porque a poesia está pronta
mas a festa de significados pode ser extraída das mais diversas formas
ou será que sempre teremos expresso num texto
se algo é denotado ou conotado?

desculpe-me novamente, poeta
talvez por ter pedido o desculpe-me anterior
tudo sim já está esclarecido
se é denotado ou conotado
nunca um termo o será ambos
seu texto é fechado, poeta
divirta-se com ele
fechado e amplo
colega
qual é, colega?
está morto e está só
e o que traz a beleza?
e o que traz a peneira
peneira o pó
peneira o abuso
provoca a cara de desuso
do marciano contribuinte
filha da puta e verme ausente
cria um calo em seu pescoço
se tudo não virar somente osso
ele estará a salvo

deletar coisas velhas
foi a questão que o arremessou
arremessado
e ainda não sabe
se deve deletar aquilo ou não
o alívio de deletar e a prudência de não perder
o que será, transeunte?

morra mais
você simplesmente não sabe se deve deletar
não o faça por enquanto...
você proibiu o acesso a tal pacote de textos
se alguém der um jeito de visitar, problema dele
mas, ainda assim, não sei se devo deletar
puta, que desgraça
eu não merecia isso
não vou deletar porra nenhuma não
vai que depois eu me arrependa...

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Leônidas e a garota

Leônidas evitava o café brasileiro que não era aquele que era primeiro exportado e depois voltava com um algo a mais. Dentro de sua perspectiva de vida existia sempre um motivo para isso, e não era o de ter dinheiro o suficiente pra pagar por tal café o determinante. Apreciava o bom paladar. Se ganhasse por mês metade do que ganhava beberia da mesma fonte.

O dinheiro de Leônidas não era muito. Ele era pobre sobre vários aspectos. Sua vida fazia sentido, o desafio de conquistar as coisas com economia ele ainda o tinha, fazendo valer aquisições só as que fossem realmente necessárias. Seu dinheiro não era lá aquele dinheiro contado, mas também não era digno de cifrões da altura de loterias. Gostava de se reconhecer como pobre, mesmo não sendo tanto assim. Um rico que sabe viver a vida, alguns arriscariam.

“Baby, you’re a rich man, baby you’re a rich man too...” Já dizia a velha canção dos besouros.

Um pouco de selvageria perpassava a vida de Leônidas, vez por outra. Em um belo entardecer de um dia se tornando noite, resolveu contratar uma garota de programa, pra fazer algum, algum programa, qualquer que fosse. Ele mal sabia que sua logo serviçal andava armada com facas.

Esfaqueou o abdômen de Leônidas num momento em que ele relaxou, confiando em sua companhia, mas esfaqueou com muita força mesmo, força que um homem não teria. Foi a inspiração do momento, Leônidas distraído, tentando sentir o prazer que nem mesmo almejava de início... Queria uma garota de programa, uma companhia, pra passar uma noite pela cidade. Mas a garota o arrastou ao sexo, e como!

Não ficaram dez minutos juntos e já estavam na cama.

A faca gotejou sangue, e Leônidas, em transe, não se sabe se pela transa que jovem, menina, já florescia ou se somente pelo susto mesmo. Fez cara de espanto, como que tendo um espasmo, até mesmo um orgasmo: a faca entrou... _ Uh... – Ele exclamou, e sua exclamação mais parecera uma autorização para que seu sangue gotejasse junto à faca do que qualquer outra coisa.

Daí a nossa garota, enfiou mais fundo a faca, mais fundo, como uma boa encravada de cacete na buceta, ou mesmo anal, segurou, segurou, e a arrancou, límpida em sangue como mesmo um cacete o gostaria.

Decidiu não esfaquear mais. Sua vítima simplesmente desinflou em sua frente, inflado que estava com o ar da morte, apenas expirou, e quando a vez era a de inspirar, tentou, mas não o fez, não conseguiu, não expirou duas vezes.

Abandonou Leônidas no pequeno quarto de motel, por entre os resquícios de porra de outros casais que por ali passaram. Sempre detestou motel, um extremo mal gosto tomar banho em banheiras que já foram esporradas mil, sabe-se lá por quem.

_ Hoje eu uso faca! – foi o seu apontamento quando ficou sabendo que o destino para sexo de Leônidas era um motel. Agora, tudo estava consumado.

Escrito ao som de Tool – The Grudge, Eon Blue Apocalipse, The Patient...

menina linguada, é tudo

bala de canela
por cinco centavos
bola na canela
pro desavisado
fazer um
e deturpar a língua
língua da menina

duas chances teve o sábio
linguar a menina por causa da bala de canela
ou enxotar a rede do gol com a bola de canela
pois bem, chegará a hora em que ele enxotará nela por causa da bala de canela
e linguará a rede do gol, em homenagem à bola que rola, e também chamada
bola de canela

bola de canela porque bate na canela, avança e vai à gol
bala de canela porque ela é feita de pura e degustadora canela
enxotará naquela em que há, bala
e lingurá a rede, aquela em que já bola
não mais linguará a bala
e enxotará a bola

enxotará e linguará ambas

mas que comemoração, jogador
dá uma linguada na rede
como se fosse num sonho, em beiço de menina
menina linguada, é tudo
valeu a pena, a troca
bala em, bola também
bola em, bala de certo

deixa a lembrancinha à tira-colo chegar pra você
a rede, a trave, o gol, engravidou
não porque você linguou
é mesmo, porque você enxotou
na regra natural das coisas, amigo
sem o brinde da linguada

até o próximo minuto que deixará saudade, colega
o jogo acabou
curta os filhos
pois filhotes são dádivas
por que não o seriam os filhos?

língua
rede

enxotada
saboreada

quarta-feira, 20 de outubro de 2010


mergulhando bem fundo na lagoa
à gosto do áudio insano
relaxamento intra-bronquiano
um álbum
um milagre
uma vida o ouve
uma vida não houve
não mais

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Faminta

Uma flor de amor caiu em meu peito, sinto-me mais forte, mas ela não ficou de vez.

Quero-a de novo, mais e mais, me abençoando em surpresa, presa da minha alma, expandir do meu ser, do meu corpo, de minha inteligência e prazer.

Poucos tocaram a superfície que se torna ouro. Poucos tocaram o já então intocável, que só o néctar da vida da alma pode conceber e acolher, frutificá-lo.

Já uma pequena aprendiz, por sua vez, está viva. Viva numa intensa cédula de necrotério no meu coração e apodrecendo em minha mente. Ó, santuário, objeto de meu desejo, te quero logo, te quero (faminta como és), brilhante e aprendendo ainda, mais e mais, como o fruto da esperança, que sempre multiplica graça em seus eleitos, daqui pra frente, daqui pra sempre, minha.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

_ Pega na minha mola...

Maracujá não reclamou com a rebeldia.

Jambo ocorreu em ultimato.

Cores são canções em concordata.

_ Meu limão tá osso!

_ (Ó) Eu sei, minha linda... Vamos logo, logo, na cozinha...

_ Ai, tá apertado!

Cruzes cruzaram a avenida. “E o reverendo lendo, o apocalipse...”

_ Nunca fui de maçã. Gosto de fruta preta... Amora.

Com um gosto de fruta preta. Ela não permaneceu.

_ Ai! - Depois de prazer, machucado.

Jambo ensacolado e superfaturado, adquirido de qualquer forma, dádiva na minha vida, quatro reais o assalto, trouxe mais tarde de revertério um Derby, por causa da conseqüente falta de trinta, nem mesmo de trinta e cinco, centavos.

sábado, 9 de outubro de 2010

Relatos da Professora Piedade

I

_ Um breve ensinamento ao Seu Gorila: ele não deve comer banana amassada, nem esquecer que os anjos o detestam.

Seu Gorila estava na sala, distante, mascando um chiclete de açúcar mascavo, esperando que algum dia aquele tipo de aula pudesse ajudar a eles e a seus colegas de classe. Todos compartilhavam uma mesma sala, mas os ensinamentos eram sempre individuais, dirigidos a cada indivíduo separada e exclusivamente.

_ Está tudo bem com o senhor, Seu Gorila? Ou quer que eu repita?

II

Seu Gorila ficava na sua, não gostava de se comunicar muito não, ainda mais com o pessoal daquela sala. Foi quando Seu Coelho arrematou: _ Seu Gorila já aprendeu. Mande o meu ensinamento aí agora, poxa...

III

Mas naquela sala não adiantava pedir um ensinamento. Aliás, dizia a lenda que quanto mais você pedir mais vai demorar. Seu Coelho muito seco por seu ensinamento acabou o pedindo, mas isso só atrapalharia o seu processo de aprendizado, pois ele não viria logo, pelo menos logo depois do Seu Gorila estava certo que não iria.

_ Seu Lagarto, você deve comer pedras e pererecas.

O ensinamento era assim, na lata. E não se podia fazer perguntas ou rebater em debate, era o ensinamento, pá, e acabou.

IV

_ Sua Coruja, os gatos te admiram. Faça jus à sua existência por esse delicado e importante paradigma.

V

Seu Coelho comia uma maçã por estes momentos.

VI

_ Seu Jaboti, tem uma auto-escola a trinta quilômetros daqui. Vá andando e logo aprenda a dirigir.

Seu Coelho ficou sem jeito, será que o dele ia demorar muito? Depois de passar em ensinamento quase a turma toda, chegou a sua vez: _ Seu Coelho, roer as unhas não faz bem pra sua hepatite. Correr descalço o fará sentir a brisa melhor e melhor a cada dia, mesmo quando você não estiver correndo você a sentirá como se estivesse numa grande corrida, ou caminhada.

VII

Depois de ensinar a todos, a professora então proferiu: E agora queridos alunos, vão todos para casa serem felizes! Na próxima aula aprenderemos mais! Ciao, até logo!!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010


um disco subestimado (por mim)
porém realizado hoje
primeira faixa impagável
já valeu o álbum

BATTERY

terça-feira, 5 de outubro de 2010


lugar bom
estudos ao alto
sauna dark
piscina & beer

este álbum marcou uma década
inocência e atitude
liberdade e igualdade
'99

volta pra mim